sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Meta

Certa vez estava conversando com um colega de banda que acabara de conhecer sobre qual era a nossa meta nesse ramo da música.
Eu, imaturamente, disse que queria a fama, fazer sucesso, ser admirado pelo meu trabalho.
Ele, por outro lado, disse que almejava ser marcado.
Questionei, como assim?
E ele disse que queria que as pessoas se lembrassem dele pela sua mensagem, pelo seu esforço, pela sua história.
Achei bem bacana. Poético e admirável.
Embora as duas vertentes almejarem consequências do sucesso idênticas, são formas distintas de se enxergar as coisas.

Foi um dos motivos pelos quais eu passei a enxergar nossa música de forma diferente.

Fato é que no Brasil de hoje, compor música para o público em sí já não é mais tão inspirador como antigamente.

Admirávamos a intelectualidade das letras, a habilidade dos músicos, a harmonia dos instrumentos completamente conectada com a mensagem que a letra transmitia.

"Que música foda!"...

Hoje, a pejoratividade é o que domina. E é admirada pelo público em si

"É nossa cultura, deixa a gente se divertir..." (frase de um amigo de infância meu que cessou sua amizade comigo por eu criticar determinado Funk que, na minha opinião, denegria a imagem das mulheres.

Não há problema nenhum em se divertir. Eu mesmo depois de algumas brejas já desci até o chão (¬¬''')

O problema, é quando a gente passa a defender isso com maior admiração do que um trabalho de protesto, ou uma mensagem de amor, ou algo que nos faça refletir, um trabalho que levou tempo pra ser aprimorado, anos de experiência e estudo, nós perdemos a nossa essência em buscar crescimento como ser humano, e passamos a regredir no ciclo evolutivo da vida.

Hoje em dia, ao nos dedicarmos a fazer música com uma mensagem interessante, infelizmente nós sabemos lá no fundo que essa música não está sendo feita para o público, pois o público não se interessa, quando muito, menospreza. Ouve 10 segundos de música e depois disso nunca mais.

Não há mais esse interesse.

Nós fazemos músicas para nós mesmos, e por isso somos enquadrados como fracassados.

Meta? Ainda assim continuo com minha vibe de querer escrever algo mais positivo para as pessoas.
Ainda assim quero fazer as pessoas se sentirem bem com minha mensagem. Que acreditem em sí mesmas, que são capazes de alcançar tudo o que almejam.

Novas músicas estão vindo, o novo CD Alimente Sua Alma é uma transição destas 2 fases do Subinstante, a primeira mais sombria, a segunda mais incentivadora.

Espero que possa tocar o coração e a alma das pessoas tanto quanto toca em mim quanto eu as apresento ao vivo.